No ano 1974 o país que passava por um período denominado de ditadura "Civil-militar", tinha na figura do general e presidente Médici um genuíno representante da "linha dura", alinhado com o combate aos grupos democráticos. As eleições internas desse mesmo ano, elegeram para presidente outro general, como era de se esperar, porém, este mais ligado as classes média e alta da sociedade.
O general Ernesto Beckmann Geisel, era mais ligado as classes média e alta que funcionavam como base de apoio para o regime, seguimentos das classes sociais e do empresariado estavam descontentes com a política repressora de perseguição do Estado ditatorial, isso, aliado as notícias que vinham de exilados do exterior em relação aos abusos cometidos em nome da "segurança nacional", esse movimento somente agilizou o início do processo de abertura política.
A economia do General Geisel, foi resumida ao pacote PDN, que tentava controlar a crise econômica, com o investimento em tecnologias de ponta, que na época eram muito caras para a produção nacional, e o efeito disso foi o descontrole da inflação e altíssimas taxas fixadas, foi uma forma de consolidar o crescimento industrial capitalista no Brasil, regra imposta pelo sistema neoliberal internacional vigente na América Latina.
Isso aliado ao enorme descontentamento da sociedade civil, pelos abusos cometidos contra jovens estudantes, sempre com a prerrogativa de combater o comunistas e seguimentos democráticos, deteriorando a de sustentação do regime ditatorial.
O general Geisel dizia que o processo de "abertura" política seria "lenta, gradual e segura". A revogação do AI-5, foi o primeiro passo no sentido da abertura, porém, também dava aos repressores impunidade para continuarem os abusos civis e perseguições à membros de oposição ao regime.
Somente no governo do General João Figueiredo, houve a volta de nomes da esquerda ao Brasil, Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes e Miguel Arrais, junto com a extinção do bipartidarismo e da legalidade política de boa parte a sociedade, que deu-se no fim do processo ditatorial em 1988, com a prorrogação da chamada "constituição cidadã".
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